Diário de Classe Prof. Enilson

"Nâo tenho respostas, mas são diversas as perguntas... questiono, porque me é de direito, e obrigação comigo mesmo... Atuo, pois não sou covarde, não tenho medo de errar... o meu medo é de não fazer, e por isso SOU INCÔMODO... Se estou certo, ou você, só será justo o julgamento, quando ja passadas forem as gerações, que não possam tão intensamente sofrer efeitos de nossas decisões..."

terça-feira, 28 de abril de 2009

Audiência Pública Sobre Ensino Técnico



Reunião discute expansão da Rede Federal de Ensino Profissionalizante no RS


As comissões de Educação da Assembleia Legislativa e da Câmara dos Deputados realizaram reunião conjunta, nesta quinta-feira (23), para debater a expansão da Rede Federal e Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O encontro, que aconteceu na Assembleia Gaúcha e reuniu deputados, os reitores dos três institutos federais e os diretores dos 27 campus de ensino profissionalizante do Rio Grande do Sul. Uma comissão deve ser criada no Parlamento estadual para acompanhar a expansão da rede no Estado.


Para conhecer as dificuldades e planejar o futuro da Rede Federal, a presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), solicitou a todas as assembleias estaduais que realizem reunião semelhante. “A Rede Federal está em plena expansão em todo o País, vinculada a um novo projeto de Nação. O Parlamento deve estar ligados a este projeto que potencializa o desenvolvimento das regiões”, afirmou.


De 1909 a 2002, foram construídas 140 escolas técnicas no País. Nos últimos sete anos, o Ministério da Educação concluiu várias unidades das 214 previstas no plano e outras foram federalizadas. Com investimentos superiores a R$ 1 bilhão, todas as unidades em obras serão concluídas até 2010, quando o número de escolas deverá ultrapassar as 354 unidades previstas e 500 mil vagas.


Somente em 2009, o País terá cem novas escolas técnicas. Com o objetivo de atender às necessidades do arranjo produtivo local em cada região, os cursos técnicos e superiores que serão oferecidos estão totalmente integrados ao mercado de trabalho.



O Rio Grande do Sul conta com três institutos federais: o Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o Instituto Federal Sul Riograndense e o Instituto Federal Farroupilha, que até 2010 estarão espalhados em 25 cidades, com 27 campus.


O reitor do Instituto Federal Farroupilha, Carlos Alberto Rosa, disse que o maior desafio enfrentado no Estado é manter pais e filhos no campo. Uma das alternativas encontradas foi o Programa de Educação Profissional Integrada à Educação Básica, na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Para incentivar a presença em sala de aula, cada aluno recebe uma bolsa de estudos no valor de R$ 100,00 para arcar com despesas de alimentação e transporte.


Os institutos tem também como meta a formação de professores. "Nós temos essa possibilidade dentro de um ensino gratuito e de qualidade. O ensino profissionalizante no RS está muito bem representado, e a instalação de novas unidades até 2010 trarão um desenvolvimento muito maior nas regiões onde serão instaladas", afirmou Rosa.

Os Diretores Enilson Pool da Silva, da ETE Getúlio Vargas, e Osvaldo Pinto do CTI Mario Alquatti participaram da reunião.



Fonte: Assessoria de imprensa Dep. Fed. Maria do Rosário, com informações da ALRS.

Jackson Raymundo Assessor Parlamentar Dep. Fed. Maria do Rosário

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fragilidade Política Motivadora da Violência


Este texto é minha resposta a agressão que sofri com outros companheiros, durante legítima luta.




FRAGILIDADE POLÍTICA MOTIVADORA DA VIOLÊNCIA


Ocorreu em Rio Grande, dia 28 de outubro ato de desagravo contra a violência praticada pelo Governo Estadual através da Brigada Militar. Violência esta sistematicamente aplicada contra os movimentos sociais desde que assumiu o Comando Geral da Brigada Militar, o Coronel Paulo Mendes. O agravante ocorreu dia 16 do mesmo mês durante a Marcha dos SEM, quando entre outros feridos , fui atingido no pescoço, provavelmente por uma bala de borracha.

Tal política sistemática tem sido praticada pelos Governos Tucanos de nosso Estado e de São Paulo. A falta de um projeto político consistente e de ações governamentais competentes justifica a falta de diálogo destes governantes, pois sem uma base ideológica que justifique socialmente suas ações, são obrigados a reprimir os movimentos reivindicatórios para poder manter uma mínima base de apoio criminalizando os movimentos e, portanto impedir que divulguem suas propostas, motivos e objetivos.

Agrava-se a situação com a crise de falência do capitalismo, onde a base social da pirâmide paga a conta das aventuras do vértice, que se realimenta com suas reservas especulando com o trabalho e sacrifício da maioria, e a incontestável ajuda do Estado, que para salvar o capitalismo pode intervir na economia.

Enquanto os Governos Europeus reestatizam os bancos, faltam argumentos ideológicos para os neoliberais tucanos justificarem sua ânsia privatista e protecionista dos seus patrões banqueiros e oligarcas da indústria e da agricultura. O Estado de insolvência da Aracruz, menina dos olhos da Governadora Yeda, os decrescentes índices da Educação do RS, o descontrole da violência urbana, desjustificam o novo jeito de governar prometido em campanha, e como a todo o fraco só sobra uma arma, ”a violência física contra os opositores”.


Enilson Pool da Silva
Diretor da Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas
Rio Grande
Conselheiro 1/mil do 6º Núcleo do CPERS

O X da violência - Profª Maria do Carmo Gautério


Maria Do Carmo Gautério

É professora,
aposentada da rede estadual,
mora perto da gente,
é ser humano,

entende nossa sociedade, no mundo e no entorno,
militante desde a infância,
comprometida com um mundo melhor e mais justo !



Seu texto sobre violencia na educação :

http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=27&noticia=64595

O X da violência

Profª Maria do Carmo Gauterio

Está posto na mídia o debate sobre a violência na Escola, com ênfase muito grande nas agressões sofridas por professoras e professores no desempenho de suas funções educativas.

O tema gera extremadas manifestações de apoio aos mestres e repúdio veemente aos estudantes agressores.
São discutidas causas – a “desestruturação familiar” é a mais “votada” entre os debatedores – e, na outra ponta, punições – como punir com eficácia para que cesse a manifestação destas ações violentas.
Esse é o "X" que se impõe.
Pertinente o debate. Mas reduzido. Recheado de muitas certezas e poucos questionamentos. Muitas respostas, poucas perguntas. Por isso, há que se ampliar a perspectiva com algumas indagações que favoreçam a reflexão e aumentem as possibilidades de superação coletiva desse grave conflito social.

A primeira questão, plena de desdobramentos, pode ser: a única ou a maior agressão às professoras e professores vem dos estudantes? Não são agressões (com risco de morte) os salários aviltantes que os obrigam a trabalhar 60 horas semanais (e a perder a paciência e a saúde) em diferentes e, às vezes, distantes escolas, para manter os compromissos existenciais?

Mas muitas outras podem ser formuladas:- Só os mestres são agredidos? Os estudantes, os menores, as mulheres, os mais fracos, os mais pobres, não?- A violência está na escola ou na sociedade em seu todo?- Escolas podem ser ilhas e não refletir a sociedade que as gera e mantêm?- É “amiga da escola” uma poderosa rede de mídia eletrônica que, em seu canal aberto de TV, mantém uma programação infanto-juvenil que cultua a competição, o mercado, o consumo, a lei do mais forte e, consequentemente, a violência?- Nas entrelinhas dos currículos escolares também não são cultuados estes valores?- A violência simbólica (e nem tão simbólica assim) do adulto sobre a criança, que perpassa as relações familiares e escolares, é debatida e combatida coletivamente no espaço escolar por todos os segmentos da comunidade?- Os estudantes e suas famílias participam da construção das normas de convivência da escola que frequentam? - Os trabalhadores e trabalhadoras em educação têm a garantia (por parte de suas mantenedoras) de espaços e tempos para reunir e aprender, reunir e refletir, reunir e reformular suas práticas pedagógicas?- Há coerência entre a prática e o discurso de todos aqueles que se manifestam contra a violência?

Pensamos em dizer às nossas crianças e jovens que melhor do que cumprir a ordem estabelecida é participar da construção de uma nova ordem, democrática e justa?- Precisamos buscar a punição certa? Ou encontrar a melhor forma de reeducar... a todos?

Dependendo das respostas dadas a cada uma destas indagações e a tantas outras possíveis de formular, seremos cúmplices, ou não, das agressões sofridas cotidianamente por quem quer que seja.

Seremos construtores, ou não, de uma cidadania que signifique “olhar o outro sem subserviência, mas também sem prepotência.”

Porque, ou nos tornamos capazes de prevenir as manifestações violentas com justiça social, práticas democráticas de convivência, de respeito às diferenças, e com uma escola pública qualificada para a instauração de um projeto político-pedagógico que contemple esta concepção de mundo, ou não encontraremos brechas para interromper o ciclo perverso da violência.